JORGE PERESTRELO
7 Maio, 2005 at 9:18 am 4 comentários
De tempos a tempos, temos um acordar assim sobressaltado, absolutamente inesperado…
Jorge Perestrelo não mais voltará a cantar os golos como o fazia de uma forma única, com uma magia que nos marcou de forma indelével.
Com um estilo espontâneo, temperado pelas influências africana (Angola) e brasileira, sempre com o “coração ao pé da boca”, muitas vezes polémico, Perestrelo trouxe até nós, via rádio, ao longo de cerca de 30 anos, incontáveis momentos de esfusiante alegria, intensas e vibrantes emoções.
Recordo a reportagem sobre o mais épico jogo da minha vida, o Alemanha – Portugal, no Neckarstadion, em Estugarda, em 1985, com aquele “míssil” do Carlos Manuel que nos deu o apuramento para o Campeonato do Mundo de 1986 (também com o relato de Fernando Correia).
Recordo o golo do apuramento do FC Porto para as 1/2 Finais da Taça das Taças em 1984, em Donetsk, contra o Shaktior.
Anteontem, em Alkmaar, Jorge Perestrelo cantou o último golo da sua vida: o que deu ao Sporting o apuramento para a Final da Taça UEFA.
Ontem, o seu grande coração, cansado de tantas emoções, resolveu parar, aos 56 anos.
Não mais vamos ouvir o “ripa na rapaqueca”. Mas os seus relatos permanecerão na nossa memória para sempre.
Obrigado Jorge!
P. S. É claro que é impossível esquecer também a narração do golo de Ricardo no Portugal – Inglaterra, que nos deu o apuramento para as 1/2 finais do EURO 2004. Via Adufe, a ler esta pequena homenagem que um grande jornalista desportivo (Luís Sobral) escreveu, a propósito de Jorge Perestrelo: “Voltaste a arrepiar-me, Jorge” (esta é a inevitável sensação que nestes dias experimentamos, quando ouvimos agora as gravações dos seus relatos).
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1. Paixão | 7 Maio, 2005 às 7:18 pm
Quando soube da notícia esta manhã, no Barnabé, a que normalmente vou todos os dias nem quis acreditar. Mas a vida é mesmo assim, para morrer basta estar vivo. Não há ninguém como ele a fazer os relatos. Descanse em paz.
2. Rui MCB | 8 Maio, 2005 às 1:50 am
Muito triste este início de fim de semana.
Como ele diria a encerrar a reportagem: foi um privilégio ouvir os seus relatos.
3. antonio | 18 Maio, 2005 às 4:13 am
Seria extraordinário podermos recordar o Jorge através de uma compilação de som-imagem, dos seus muitos relatos (e muito mais do que apenas os golos) recheados daquelas saboras figuras de estilo e de comentário do coração ao pé da boca, Como organizar a colecção? Os colegas dele na TSF poderiam dar o passo
4. tiago | 4 Junho, 2005 às 12:25 am
nunca vamos eskecer uma pexoa k mudou o modo de relatar o futebol, uma pexoa k vive e respira futebol, uma epxoa k amva o futebol, uma pexoa que todos gostamos de ouvir,etc,etc e etc… PARA SEMPRE NA NOSSA MEMÓRIA JORGE PERESTRELO! obrigado jorge!!!